“Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm.4:7).
PRIMEIROS ANOS DE VIDA E INÍCIO DO MINISTÉRIO
William
Franklin Graham Jr nasceu em 7 de novembro de 1918 em Charlotte,
Carolina do Norte (USA) por volta das 16 horas no quarto do térreo da casa de
madeira, após sua mãe ter passa o dia inteiro colhendo feijões. Billy era o
mais velho de quatro filhos.
Faleceu
em 21 de fevereiro de 2018, aos 99 anos, em Montreat, Carolina do Norte (USA)
durante a manhã de quarta-feira. Billy já sofria com várias doenças como câncer
de próstata, pneumonia, doença de Parkinson, entre outros problemas
relacionados à velhice.
Ele surgiu do nada, não era filho de
família rica, nem forçou a entrada no mundo da fama como um líder político,
valeu-se apenas dos talento e determinação recebidos de Deus e proclamou a
mensagem que transforma pessoas no mundo inteiro.
A família Graham era membro da Igreja
Presbiteriana Reformada, no centro de Charlotte e a frequentavam regularmente.
Embora os pais de Billy Graham tivessem tido um acesso limitado à educação,
todas as noites a sua mãe lia a Bíblia para a família e seu pai orava. Billy
não gostava muito de ir à Igreja, ia apenas por obrigação, até que Deus fala
com ele através de uma pregação do evangelista Mordecai Ham sobre pecado e desobediência.
Billy convenceu-se de seu pecado e na hora do apelo foi à frente e aceito a
Cristo.
Em uma das férias de verão, Billy
começou a vender escovas, um de seus tios disse que ele não duraria uma semana.
Mas ele estava determinado e sentia como se estivesse vendendo o melhor produto
do mundo. Acabou vendo mais escovas do que qualquer um em sua região.
Apesar do sucesso como vendedor, ele
sabia que aquela não seria a sua vida e matriculou-se no Bob Jones College, mas abandonou um semestre depois quando o diretor
lhe disse que era um fracasso e que teria mais fracassos pela frente. Em 1937,
ele matriculou-se no Instituto Bíblico da Flórida onde começou a progredir.
Billy Graham começou a pregar para os
troncos de árvores na margem do rio e apontava para eles como se fossem gente e
usava um dos troncos como se fosse um púlpito, ele tinha 18 anos e as pessoas
ao redor achavam-no meio que desequilibrado. Um ano depois ele estava pregando
pra muita gente, na Flórida, de quinhentas a mil pessoas. A mãe e o pai de
Billy não acreditavam e decidiram que viajariam para lá pra saber se era
verdade o que diziam. Billy pregava muito alto, tão alto que não precisava de microfone.
Sua mãe achou que ele pregava muito bem, porém disse: “meu filho, você não pode
pregar tão alto. Você vai espantar as pessoas”.
Enquanto cursava o Seminário, foi
ordenado pastor da Igreja Peniel em 1939. Se formou no instituto Bíblico da
Flórida aos 21 anos.
Billy Casou-se em 13 de agosto de 1943 com
Ruth McCue Bell, filha de missionários-médicos presbiterianos, o casal Nelson e
Virginia Bell, e nasceu na China, em Qingjiang, Jiangsu, em 10 de junho de
1920. Após o casamento, Billy assumiu seu único pastorado na Igreja Batista de Western
Springs, Illinois, com 35 membros e só teve recursos para construir o subsolo
do que seria o prédio da Igreja.
Em dezembro de 1947, aceitou tornar-se
presidente da faculdade North Western em Minneapolis, escola de Ciências Humanas
e Seminário Teológico. Durante os quatro anos à frente dessa faculdade ele pregava
nos eventos de Mocidade para Cristo
por todo país, passava mais da metade do tempo em viagem. Ele disse: “Tornei-me
novamente um vendedor. Desta vez sem um mostruário de escovas, mas expondo
minha Bíblia”.
Em novembro de 1948, Billy se reuniu com
a sua equipe deliberando sobre a má fama dos Evangelistas e seus escândalos que
macularam a causa de Cristo. Fizeram uma lista com quatro itens relevantes a
serem atentados: 1. Dinheiro: Muitos
evangelistas abusaram do apelo emocional para conseguir dinheiro. Decidiram
então que tinham que prestar contas das finanças e formaram um comitê
independente para tratar de assuntos financeiros. 2. Mulheres: Decidiram jamais
ficar as sós com outra mulher que não fosse a esposa e isso os protegeria tanto
de seduções quanto dos meios de comunicação. 3. Jamais criticar os pastores e
suas Igrejas locais; 4. Jamais deturpar a publicidade ou exagerar
o próprio sucesso. Desse modo se protegeriam de fatos escandalosos que
destruíram outros ministros.
Depois de uma cruzada em Los Angeles, o ministério
de Billy Graham sofreu um up grade.
Em 5 de novembro de 1950 surge o programa de rádio A Hora da Decisão. Em cinco semanas o programa atingiu a maior audiência
da história das transmissões religiosas. A Rede NBC também transmitiu o
programa ao longo de cinco anos elevando o número de estações transmissoras
para mais de 800 e assim cada Cruzada tornava-se um estúdio.
NA
INGLATERRA
Billy foi à Inglaterra para uma grande
cruzada de 1954. E apenas dois dias antes de chegarem no país, souberam que um
parlamentar britânico queria impedir sua entrada no país, alegando que o
evangelista americano queria interferir na política inglesa sob o disfarce da
religião. Aqueles três meses de campanha seria o maior desafio de Billy e sua
equipe teriam que enfrentar. A imprensa inglesa anunciou a vinda do Evangelista
com palavras de hostilidade e descrédito. Muitos da imprensa e a maioria dos
líderes religiosos britânicos questionavam a cruzada, prevendo que ela seria um
grande fracasso. As pressões eram incessantes, apesar da hostilidade da
imprensa, ela colocou a cruzada no centro das atenções. Na noite de abertura,
parecia que não só a imprensa, mas também as condições do tempo eram
desfavoráveis, em Londres caia uma chuva forte e gelada. Ainda no hotel, Billy
recebeu um telefonema de um amigo que estava no local do evento dizendo que
havia centenas de repórteres fotografando cadeiras vazias. Mas quando ele e sua
esposa chegaram ao local do evento, uma pessoa da equipe lhes disse que diante
dos portões havia milhares de pessoas aguardando a entrada. Chovia forte, mas
milhares compareceram e atendendo ao apelo, pessoas iam à frente com sapatos
nas mãos para assumir um compromisso com Cristo. As críticas começaram a
diminuir à medida que aumentava o público, noite após noite, quebrando
recordes. Os organizadores então passaram a ter outro problema: Como acomodar
tanta gente. Eles não queriam dispensar o público e nenhuma estação de rádio
transmitia o evento. Resolveram o problema interligando linhas de telégrafos
desativadas, desde o fim da 2ª Guerra, entre diversos auditórios e Igrejas.
Quando a cruza terminou havia 430 locais onde a pregação de Billy Graham podia
ser ouvida.
A Arena Hering teve lotação lotada em
cada uma das 80 noites da Grande Cruzada de Londres. Em algumas noites, havia
tanta gente querendo entrar, que era preciso realizar um segundo culto. Durante
os três meses, foram registradas a presença de mais de 2 milhões de pessoas,
com cerca de 40 mil decisões por Cristo.
Cerca de 10 anos depois, fizeram uma
segunda Cruzada em Londres e alguns repórteres novos foram pesquisar os artigos
da primeira Cruzada pra tentar entender por que houve tantas conversões. Então
disseram que foi o apelo emocional da música Tal Qual Estou que fazia as pessoas se emocionarem na hora do
apelo. Então Billy Graham decidiu não utilizar essa canção por algum tempo e não
utilizar nem mesmo os instrumentos. Então Billy pregou na noite de abertura e
disse: “Hoje não teremos música, se você quiser entregar seu coração a Cristo
levante-se e venha”. E tudo que se ouvia era o som dos passos das pessoas se
aproximando. Passaram 30 dias sem cantar Tal
Qual Estou e os mesmos repórteres que disseram que a música era emocional
ao final do evento pediram para voltar a cantar a música, pois aquele silêncio
era constrangedor.
EM
NOVA YORK (1957)
Seria um desafio tão grande quanto o de Londres
e a imprensa estava igualmente cética, anunciando em tom jocoso que Billy viria
para “salvar” Nova York.
Ainda em sua casa Billy escreveu num
diário: “Muitos amigos meus têm me alertado que a Cruzada de Nova York pode ser
um fracasso. Eu tenho orado muito por esse evento e sinto mais compaixão por
Nova York do que por qualquer outra cidade em que já estivemos. Agora está nas
mãos de Deus”.
O New York Times dedicou duas páginas
para o Culto de Abertura, reproduzindo o sermão na íntegra. Foi um enorme
sucesso. Billy pregou pra 100 mil pessoas no estádio dos Yankees, pregou para
dezenas de milhares, ao ar livre, em Wall Street, e por fim, realizou um evento
com bem mais de 100 mil pessoas na Times Square. Como em Londres, a presença de
público quebrou recordes. Como em Londres, a Cruzada foi estendida por causa da
demanda e como em Londres, Billy era chamado para falar às multidões que
ficavam do lado de fora sem poder entrar. Porém, desta vez, a Cruzada teve a
oportunidade de levar a Palavra para além da cidade. Durante a Cruzada de Nova
York, a Rede ABC ofereceu a Billy Graham transmissão ao vivo nas noites de
sábado. A imprensa estava cética pela baixa expectativa de atrair audiência nas
noites de sábado. Billy disse: “Ficarei feliz em alcançar os espectadores que
não estiverem vendo os outros programas”. Pela primeira vez Billy pregava, ao
vivo, em rede nacional de televisão e o impacto foi tremendo. Na avaliação da
ABC, havia 7 milhões de espectadores para cada transmissão. Aquela foi a
primeira transmissão religiosa em rede nacional.
O encerramento da Cruzada ocorreu no dia
mais quente do ano, 20 de junho. 100 mil pessoas lotaram o estádio dos Yankees
e outras 20 mil não conseguiram entrar.
Após as Cruzadas de Los Angeles, Londres,
Nova York, e muitas outras, viram chuvas de convites, de todos os continentes,
para a Associação Evangelística Billy Graham.
NEGROS
E BRANCOS
Billy Graham lutava contra o racismo nos
EUA, acreditava que no meio do povo de Deus não havia espaço para qualquer tipo
de acepção de pessoas, muito menos da cor da pele.
Numa Cruzada na cidade de Jackson no Mississipi.
Naquele tempo era comum, em eventos públicos, a prática de separar os assentos
para brancos e negros, mas Billy não aprovou tal medida em sua Cruzada nessa
cidade. Então ele, pessoalmente, removeu as cordas que delimitavam a área para os
negros. Um incidente semelhante aconteceu em Chattanooga, no Tennessee. Ele
removeu as cordas e o coordenador do
local ficou tão furioso e, imediatamente, pediu demissão. Mesmo assim,
Billy não voltou atrás.
Em 1957, na Cruzada de Nova York, ele
convidou Howard Jones, um jovem pastor negro para fazer parte de sua equipe
como Evangelista Auxiliar a quem perguntou: “O que devo fazer para alcançar os
negros se não estão vindo” e Jones respondeu: “Há algo que pode fazer: vá onde
eles estão”. Então Jones promoveu eventos entre os negros onde podiam assistir
a pregação de Billy Graham.
Muitos pastores brancos aconselhavam
Billy a se livrar do negro na equipe, pois acreditavam que ele a arruinaria.
Havia muita confusão no país acerca da
questão racial e quem se sobressaiu foi o pastor Martin Luther King, amigo de Billy Graham, que, com muita ousadia,
o convidou para orientar os membros de sua equipe sobre a eficácia na luta da
questão racial.
Antes do dr. King ser brutalmente
assassinado, ele declarou: “Não fosse pelo ministério do meu amigo, dr. Billy
Graham, meu trabalho em prol dos direitos civis não teria alcançado o mesmo
sucesso”. Billy Graham ajudou King de várias maneiras, inclusive pagando fiança
e o encorajando a continuar.
Billy realizava uma Cruzada na Austrália
quando soube da morte de King, e declarou: “Não só perdi um amigo assassinado
fria e covardemente, mas a América perdeu um líder social e um profeta. Lamento
sua morte como uma das grandes tragédias da nossa história”.
Pregou em diversos países da África,
porém evitou por muito tempo a África do Sul por conta do rígido regime de
segregação do Apartheid. Mas quando o regime começou a desmoronar e Billy viu
uma oportunidade e, em 1973, pregou numa conferência que foi o primeiro evento multirracial
do país e também a primeira vez que um culto religioso foi transmitido em
cadeia nacional de rádio.
EM PAÍSES
COMUNISTAS
O que o Império Romano era para o
Apóstolo Paulo, o Comunismo era para Billy Graham.
Anos antes de realizarem a primeira
cruzada em países comunistas, Billy Graham visitou a União Soviética, em 1959,
e enquanto muitos desejavam fugir dali, Billy procurava uma maneira de entrar.
Foi à Praça Vermelha, em frente ao Kremlin, e orou para que um dia pudesse
pregar ali. Também orou no Estádio de Moscou para que as pessoas enchessem as
arquibancadas para ouvir o Evangelho. Estavam preparando o terreno para o que
aconteceria muito tempo depois.
Billy foi o primeiro Evangelista de
destaque a penetrar a Cortina de Ferro, realizando cruzadas em países comunistas
muito antes da queda do Muro de Berlim.
Em 1977, após longas e tediosas
negociações com autoridades da Hungria, um convite finalmente foi oferecido, foi
o primeiro convite feito por um país comunista.
Nos países comunistas do leste europeu,
por lei, eventos religiosos só podiam ser realizados dentro de igrejas ou
instalações religiosas e por esse motiva era impossível a realização de grandes
eventos. Então foi escolhido um local, num acampamento, para 30 mil pessoas.
Por fim, conseguiu realizar um evento num estádio transmitido pela televisão
estatal.
Devido ao grande sucesso de sua estadia
na Hungria, Billy e sua equipe foram convidados para ir à Polônia, país
fortemente católico e algumas igrejas em que Billy pregou foram Igrejas
Católicas enormes, capazes de abrigar até 10 mil pessoas e, naquele país, foi
tomado pela emoção ao visitar os campos de concentração de Auschwitz.
Em 1982, foi convidado a voltar a Moscou
para participar da Conferência Mundial de Trabalhadores Religiosos pela
salvação do sagrado dom da vida da catástrofe nuclear. Muitos de seus
conselheiros temiam que Billy fosse usado, como marionete, pelos Comunistas. O
discurso de Billy Graham foi forte, ele disse que EUA e URSS eram como duas
crianças segurando fósforos numa sala cheia de gasolina enquanto discutem sobre
quem tem mais fósforos e protestou contra o encarceramento de Evangélicos na
URSS. Billy disse que participaria, em troca da permissão para pregar em duas
Igrejas: a Igreja Batista de Moscou e a Catedral Ortodoxa Russa da Epifânia.
Em setembro de 1984, Billy foi convidado
a realizar uma campanha de 12 dias de pregação em quatro cidades, foram 50
pregações para públicos diversos, em Igrejas, sindicatos e repartições
comunistas. Ele estava muito feliz, pois o governo não impôs restrições a suas
mensagens. Milhares de pessoas gravaram as pregações de Billy Graham e faziam
cópias e as fitas com sua pregação se alastraram por toda parte da URSS.
Após duas bem-sucedidas viagens à
Rússia, uma porta foi aberta para convites de outros países do bloco oriental.
Entre as duas visitas à Rússia, ele foram à Alemanha Oriental, onde pregou do
púlpito de Matinho Lutero e logo depois foi à Checoslováquia, onde as pequenas
Igrejas o receberam com lotação máxima. Então, após a segunda visita à Rússia,
um convite veio da Romênia.
Em 1988, as Igrejas da Hungria encaminharam,
para as autoridades, uma requisição oficial para convidar Billy Graham e sua
equipe para uma visita ao país para realizar uma Cruzada e o governo,
comunista, permitiu e ainda pediu ajuda para curar a nação de sua corrupção
generalizada. Quando Billy fez o apelo, as pessoas vieram literalmente correndo
aceitar a Cristo.
Billy Graham pregou no estádio de
Moscou, em sua segunda visita, sendo atendida assim a sua oração. A capacidade
era para 30 mil pessoas, mas havia 40 ou 50 mil, enquanto milhares ficaram do
lado de fora assistindo tudo em telões.
Os soldados russos tocaram, na banda, o
hino Glória, Glória, Aleluia. Vencendo
vem Jesus, e cantaram em Inglês. E, de uniforme, se convertiam ao
Evangelho.
Billy visitou a China. Ruth Graham
cresceu ali e tinha muito interesse pela China, e seu vínculo com esse povo fez
com que ela fosse chamada de Irmã da
China e Billy Graham foi muito respeitado pelo povo chinês.
Billy visitou a Coreia e pregou em Seul
numa pista de decolagem sem cadeiras nem plataformas, mas os Coreanos não se
importaram em sentar no asfalto. Na primeira noite havia 650 mil pessoas, no
último dia havia 1,1 milhões de pessoas. Em cinco dias, Billy pregou para 3,2 milhões
de pessoas. Ao final da Cruzada, domingo à tarde, Billy fez o apelo e 38 mil
pessoas se converteram.
NA COREIA
DO NORTE
Billy jamais imaginou que o primeiro
país do mundo que aderiu ao ateísmo pudesse um dia convidá-lo para uma visita.
Em 1992 e 1994, Billy visitou a Coreia
do Norte onde se pronunciou na Universidade, em reuniões de pastores e
seminaristas e nas únicas duas Igrejas que existiam na capital.
O presidente do país declarou a ele: “Considero
uma grande honra ter um amigo como você nos EUA. Você se tornou praticamente um
membro de nossa família”.
FONTE: A quase
totalidade deste artigo é uma transcrição de excertos do documentário Billy
Graham – O embaixador de Deus.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=-d9qzsyYVho
>.
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