Autor: JOSÉ PEREIRA FILHO
Teresina, PI, 16/03/2018
Os nicolaítas são citados
em Apocalipse 2,6. O texto diz: Tens de bom, contudo, o detestares a conduta
dos nicolaítas, que também eu detesto. Aparece ainda, mais adiante, no
versículo 15 do mesmo capítulo: “Assim, tens também os que seguem a doutrina
dos nicolaítas, o que eu aborreço”.
O contexto no qual essa
passagem aparece é aquele da comunidade de Éfeso e de Pérgamo, duas das sete
igrejas às quais é escrita uma carta em
Apocalipse.
Portanto, trata-se de uma doutrina/heresia presente em Éfeso e Pérgamo,
por volta do ano 90 depois de Cristo. Contudo, hoje não conhecemos mais as
características de tal heresia e podemos falar apenas baseados em poucos dados
concretos.
Quanto ao fundador, por exemplo, Irineu (140-200 depois de Cristo) diz
que quem fundou tal heresia foi o diácono Nicolau (um dos 7 escolhidos em Atos
dos Apóstolos 6). Eusébio de Cesaréia, um século mais tarde, ao invés de
confirmar, contesta tal afirmação.
Quanto à sua prática, a partir do Apocalipse não conseguimos detectar
claramente quais eram as ações específicas dos nicolaítas. A maioria dos
estudiosos fala em tentativa de introduzir na práxis cristã elementos do
paganismo. Quais eram esses elementos, porém, não sabemos. Alguns ligam o
movimento à práticas sexuais errôneas, mas creio que isso acontece por
influência da história da Idade Média. De fato, naquele período, os religiosos
que não observavam o celibato eram chamados de "nicolaítas". Contudo,
a Idade Média e o início do cristianismo são duas realidades distantes uma da
outra.
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