A TERRÍVEL MENTIRA CHAMADA DISPENSACIONALISMO



Autor: THALYSSON DE MOURA

1.     INTRODUÇÃO
Este artigo é o primeiro de uma série de artigos que contêm uma análise sistemática do Livro: Manejando bem a Palavra da Verdade de Cyrus Ingerson Scofield
Scofield foi, junto com John Nelson Darby, um dos fundadores da doutrina chamada Dispensacionalismo, que é a base para o imaginário escatológico vigente. A escatologia de muitas igrejas se baseia nessa pérfida doutrina.
O título do livro é baseado no versículo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade” (2Tm.2:15). Mas veremos se o que trata o livro é manejo ou distorção da Palavra da Verdade.
Sigamos, portanto o próprio conselho de Scofield:

O estudioso é exortado seriamente a não receber uma única doutrina pela autoridade deste livro, mas como os nobres (At 17.11), deve examinar diariamente as Escrituras para ver se as coisas são assim. Não se faz apelo algum à autoridade humana [M.B.P.V., Introdução, grifo nosso].

2.     O ERRO ETIMOLÓGICO DISPENSACIONALISTA

Segundo Scofield, “as Escrituras dividem o tempo (o período total desde a criação de Adão até ‘o novo céu e a nova terra’ de Ap 21.1) em sete períodos desiguais, chamados normalmente de dispensações (Ef 3.2), embora também sejam conhecidos como eras, séculos (Ef 2:7) ou dias, como em ‘dia do Senhor’” [M.B.P.V., cap.2].
Ao contrário do que afirmam Darby e Scofield, cofundadores da Doutrina chamada Dispensacionalismo, Dispensação não significa períodos de tempo, eras ou séculos. A afirmação base dessa perniciosa doutrina é uma grande mentira. Afirmar que Dispensação é um período de tempo é de uma inépcia asinina, é uma tremenda asnice.

3.     O QUE SIGNIFICA DISPENSAÇÃO?
O termo Dispensação (Ef.3:2) é a palavra grega οικονομια (oikonomia), e significa literalmente: “administração de uma família e os criados; administração, intendência, Lc 16.2,3,4; no NT, administração apostólica, comissão ministerial na divulgação e fomento do evangelho, 1Co 9.17; 3.2; Cl 1.25” [2, p. 438]. “especialmente uma administração religiosa: - dispensação, administração” [3].
Vejamos alguns versículos nos quais aparecem a palavra οικονομια (oikonomia):
E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia (Dispensação), porque já não poderás ser mais meu mordomo. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia (Dispensação)? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia (Dispensação), me recebam em suas casas” (Lc.16:2-4).
E, por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada” (1Co.9:17).
E da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus” (Cl.1:25).
de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef.1:10).
e demosntrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou” (Ef.3:9).

Alguns versículos com palavras derivadas de οικονομια (oikonomia)
Οικονομος (oikonomos)
A palavra grega Οικονομος (oikonomos), derivada de οικονομια (oikonomia), significa Dispenseiro, Administrador ou Mordomo. É um “administrador de uma casa; mordomo, Lc 12.42; 16.1,3,8; 1Co 4.2; gerente, curador, Gl 4.2; administrador ou tesoureiro público, Rm 16.23; comissário espiritual, o portador de uma comissão no serviço do evangelho, 1Co 4.1; Tt 1.7; 1Pe 4.10” [2].
Portanto vemos, nitidamente, que Dispensação não tem nada a ver com Eras ou Tempos. Como pode alguém que se diz Teólogo cometer um erro tão pueril como esse, e ainda influenciar a doutrina de um país inteiro, como o Brasil?!
Darby e Scofield nunca pararam para investigar a etimologia da palavra Dispensação?! É assustadora a inépcia dessa pérfida doutrina, tão maligna e influente num país de pastores e obreiros incompetentes como o Brasil.

BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA SAGRADA

[1, M.B.P.V.] SCOFIELD, Cyrus Ingerson. Manejando bem a Palavra da Verdade.

[2] William D. Mounce. Léxico analítico do Novo Testamento Grego. Tradução: Daniel de Oliveira. São Paulo: Vida Nova, 2013.

[3] Dicionário Grego do Novo Testamento de James Strong anotado pela AMG. Anexado na Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico e Grego. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

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