AS DUAS FLORES QUE BROTARAM DO ESTRUME


Autor: THALYSSON DE MOURA
Pra não dizer que não falei das flores, escrevi este artigo.
A presente nota chama a atenção ao espantoso e inverossímel fato de haverem dois bons capítulos no opúsculo Manejando bem a Palavra da Verdade (de C.I. Scofield): a Introdução e o Capítulo 10 (Crentes e Professantes).
Terrível e notória aberração pseudoteológica é esse opúsculo, aberração tal que chega a beirar o nível do mentecapto. Mentecapto não no sentido pejorativo do termo, mas em sentido clínico e psicopatológico estrito.
Excetuando-se ambas as extremidades, o já mencionado livro, cujo miolo não passa do mais fétido estrume, deve ser depositado urgentemente nas entranhas do esquecimento como se fora um pútidro cadáver enclausurado em seu féretro e enterrado para sempre, pois a doutrina que o preenche foi uma moda pseudoteológica passageira, que teve início no começo do séc.XIX e espero que venha logo a ter um fim. O análogo perfeito que expressa essa falsa doutrina com seu livro continente e a nossa relação com ambos é a do gato que enterra seus excrementos sob a areia, da mesma forma devemos enterrá-los para sempre, eximindo-nos de seus miasmas.
Assim como JESUS explicava suas parábolas diligentemente aos seus ouvintes, tenho também a obrigação, a exemplo do MESTRE, de deslindar-lhes, amigos leitores, o sentido do título deste Artigo:
O Estrume é o Livro Manejando bem a Palavra da Verdade e a Doutrina Dispensacionalista que o permeia.
As Duas Flores são os Dois únicos Bons Capítulos do opúsculo que nos fornecem ensinamentos preciosíssimos, munições e até vacinas contra as armadilhas e os perigos espalhados copiosamente pelas páginas do próprio livro Manejando bem a Palavra da Verdade. Dois parágrafos são bastante ricos e muito importantes:

·        1ª FLOR:
O estudioso é exortado seriamente a não receber uma única doutrina pela autoridade deste livro, mas, como os nobres (At.17:11), deve examinar diariamente as Escrituras para ver se as coisas são assim. Não se faz apelo algum à autoridade humana: ‘A unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine’ (1Jo.2:27)” (Último parágrafo da Introdução).

Maravilhoso conselho de Scofield que foi ignorado pela grande maioria dos "teólogos" do "Alto Clero" das Igrejas Evangélicas do Brasil. Praticamente ninguém cuidou em examinar as Escrituras, como fizeram os bereanos (At.17:11), mas aceitaram a autoridade humana desse péssimo teólogo e copiaram suas palhaçadas e, o que é pior, inculcaram-nas tenazmente nas cabeças dos membros "menos instruídos", por esse motivo, e outros do mesmo gênero, sofremos de tão grande inépcia escatológica no Meio Evangélico. Poucos deram ouvidos ao conselho: “O estudioso é exortado seriamente a não receber uma única doutrina pela autoridade deste livro”. A maioria esmagadora dos teólogos das grandes Igrejas Evangélicas do Brasil aceitaram a autoridade do Dispensacionalismo com uma subserviência canina. Tanto é que a Assembleia de Deus colocou parte dessa maligna doutrina no seu Cremos e fez um Ctrl C e Ctrl V desse livro derramando sorrateiramente seu melífluo e  pernicioso veneno nas Revistinhas de Escola Bíblica Dominical, transcrevendo praticamente tudo como se fora um dos mais hábeis escribas fariseus (uma espécie de Plágio Gospel).


·        2ª FLOR:
 Alguns textos não se encontram livres de dificuldades, mas, com oração e estudo cuidadoso, certamente virá o esclarecimento, mantendo-se em mente a importante regra: nunca utilize uma passagem obscura, ou que suscite dúvidas, para contradizer uma passagem clara e segura” (Último Capítulo: Cap. 10).

Aprendi essa maravilhosa lição, quando era ainda incipiente na fé, com o grande teólogo piauiense José Pereira Filho, cujos ensinamentos me foram mui caros. Dizia ele: “Bíblia interpreta Bíblia, e texto Claro interpreta texto Obscuro”. Depois li, em livros de Hermenêutica e Exegese, essas mesmas lições que nortearam meus estudos Bíblicos e até hoje servem-me de alicerce no exercício da interpretação das Escrituras.
O problema é que Scofield cita essa “importante regra” (como diz ele) no Final do seu Livro, porém jamais a utiliza. Um tanto estranho, não? Ao ler esse parágrafo lembrei-me do velho ditado, seguido à risca por Scofield: "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Mas nós, sim, utilizamos esse importantíssimo princípio da Hermenêutica e por isso desprezamos todo o conteúdo restante desse EXCREMENTO EM FORMA DE LIVRO.

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