A SEGUNDA VINDA DE JESUS: O JULGAMENTO DAS NAÇÕES

Autor: JOSÉ PEREIRA FILHO

(MATEUS 25.31-46)

31. Disse Jesus a seus discípulos: “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.
32. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
33. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
34. Então o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
35. porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;
36. nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’.
37. Perguntar-lhe-ão os justos: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?
38. Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
39. Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’
40. Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’.
41. Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: ‘Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.
42. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;
43. era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes’.
44. Também estes lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’
45. E ele responderá: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’.
46. E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”.

COMENTÁRIO

Nesta passagem Mateus descreve, de forma clara e objetiva, como se dará a segunda vinda de Jesus Cristo, no fim dos tempos, para o julgamento das nações (Juízo Final), ocasião em que todo olho o verá vindo sobre as nuvens, com poder e grande glória (Mt 24.30; At 1.11; Ap 1.7). Alguns afirmam que o Juízo Final seja apenas para os não-salvos, pois, segundo eles, a Igreja já foi arrebatada por Jesus na primeira fase da sua segunda vinda, de forma invisível aos olhos dos ímpios, mas que, numa segunda fase, Jesus retornará com a Igreja (que já subiu), para então julgar os que ficaram. Em tal afirmação não cremos por não ter embasamento bíblico. O que a Bíblia diz é que o Filho do Homem virá em sua glória, e com Ele todos os anjos, e então se assentará no trono de sua glória para julgar as nações que serão reunidas diante dele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos bodes. As ovelhas (os justos) ficarão à sua direita e os bodes (os injustos) à sua esquerda. Aí, então, todos (justos e injustos) prestarão contas de seus atos (vv. 31-33).

A Bíblia ensina que esses eventos ocorrerão em um mesmo dia – a segunda vinda de Cristo, o arrebatamento, a ressurreição dos retos e dos ímpios e o julgamento de todos: bons e maus – o DIA DO SENHOR. E que o juízo virá sobre justos e injustos: os vivos e os mortos ressuscitados. Todos serão julgados segundo as ações que praticaram ou deixaram de praticar em favor das pessoas destituídas da própria dignidade. Este é o critério a que os seres humanos serão submetidos no fim da história. Isto implica dizer que o amor ao próximo é de fundamental importância no juízo vindouro. O que passa disso é conversa fiada, é invenção dos homens. Esta passagem de Mateus não deixa qualquer dúvida acerca da segunda vinda de Jesus (em uma única fase), para julgamento de todos os homens e mulheres: vivos e mortos ressuscitados, justos e injustos. A partir daí, termina o presente século e tem início a VIDA ETERNA (os céus de glória) para os justos e a MORTE ETERNA para os injustos (o inferno).

De sorte que o julgamento será imparcial, e partir de então não haverá mais tempo para arrependimento de pecados. Jesus julgará a humanidade, e cada um receberá aquilo que fez por merecer durante sua existência terrena. O julgamento resultará nisto: os justos (as ovelhas) possuirão por herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo – a VIDA ETERNA (vv. 34-40); e os injustos (os bodes) serão lançados no fogo eterno (o inferno), preparado para o diabo e seus anjos, ou seja, a MORTE ETERNA ou segunda morte – não física (vv. 41-46). Portanto, aquele o DIA DO SENHOR será de alegria para os salvos, mas de vergonha para os não-salvos. Que ninguém se engane! Pois ninguém escapará ao juízo divino (cf. Mt 24.28).

Devemos, pois, estar preparados porque não sabemos quando Jesus voltará para o Juízo Final. A Bíblia diz que Ele virá como um ladrão de noite, sem aviso prévio (2Pe 3.10). É fato, que muito se especula por aí, ao arrepio das Escrituras, quanto ao dia da volta de Jesus, mas tudo isso não passa de falsas profecias (as conhecidas profetadas). Há também muitas interpretações distorcidas acerca da segunda vinda de Jesus (modus operandi). Se elas são intencionais ou não, ou se por falta de conhecimento das Escrituras, isso não nos interessa saber. Porquanto, o texto de Mateus, aqui comentado, é muito claro, como também o são outras passagens que tratam deste mesmo assunto no NT. Ponto!

Enfim, contra fatos não há argumentos. Razão por que não devemos dar ouvido às falsas profecias que alguns desocupados propalam por aí com o objetivo de enganar os incautos, isto é, os que desconhecem as Escrituras. Por outro lado, dizemos que se um texto é de difícil interpretação para alguns, não deve ser por isso motivo de especulação. Decerto, eles encontrarão noutras passagens da Bíblia os esclarecimentos que se lhes faltavam. Ademais, certa pessoa já disse: “O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados”. Que o Senhor nos guarda das heresias propaladas por quem não tem o que fazer!

“ONDE ESTIVER O CADÁVER, AÍ SE AJUNTARÃO AS ÁGUIAS”
(Mt 24.28).